sexta-feira, 25 de maio de 2012

Educação

Filme exibido em escola irrita mães e vira caso de polícia

Mães de alunos da 5ª série da escola estadual Noêmia Bueno do Valle, em Rio Preto, se revoltaram com a iniciativa de um professor de história. Ele é acusado de exibir a cerca de 80 estudantes, a maioria com 11 anos de idade, um filme que contém cenas com poses sexuais, violência e práticas de canibalismo. O caso chegou ontem à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), que instaurou inquérito para apurar crime previsto no artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): submeter a criança ou adolescente a situação vexatória. Pelo menos três mães registraram boletim de ocorrência ontem na delegacia.

O filme, “Guerra do Fogo”, narra o domínio do fogo pelo homem pré-histórico (leia mais nesta página). A indicação é para maiores de 14 anos. Mas pelo menos duas classes da 5ª série da Noêmia, que totalizam cerca de 80 alunos, assistiram ao filme há cerca de duas semanas. “Ele disse na classe da minha filha que as meninas já tinham que saber como transar”, afirmou a dona de casa R.C.M., 36 anos, mãe de G.B., 11. O professor teria obrigado todos os alunos a assistir ao filme, e impedido que parte deles deixassem a sala no meio da exibição. No fim, ainda conforme o relato, teria ordenado os alunos a não relatar o filme aos pais.

Segundo a dona de casa, nas duas últimas semanas houve mudança de comportamento da jovem. “Ela ficou calada e agressiva”, disse. Até que ontem (anteontem) à tarde, quando estava com uma amiga de escola fazendo lição da escola, contou à mãe a experiência de assistir ao filme. “Ela disse que não contou nada antes porque estava com medo de apanhar.” Revoltada, R.C.M. narrou o caso a outras mães. Uma é D.C.P., 30 anos, mãe de D., 11 anos. “Isso é muito grave. Não quero mais que minha filha chegue perto desse homem”, afirmou a mulher.

A delegada-assistente da DDM, Margarete Franco, disse ontem que vai instaurar inquérito nos próximos dias para apurar a denúncia. “É um caso complexo, com muitas mães para serem ouvidas, além do professor e da direção da escola. É preciso saber o conteúdo do filme, e se a exibição era do conhecimento da diretoria”, disse. A pena prevista para o crime, de acordo com o ECA, varia de seis meses a dois anos de prisão.

Desfile

A exibição do filme não foi o único comportamento polêmico do professor, conforme o relato das mães. O docente teria o costume de pedir para as meninas desfilarem pela sala de aula ou virarem para que ele visse o corpo das alunas. Também teria o hábito de acompanhar as alunas até o banheiro, embora não tenha entrado no local. “Ele sempre abraça e beija as meninas. Chegou a dizer para os outros que ela é namorada dele”, diz D.R., 38, mãe de A.J., 11 anos. “Não é um comportamento adequado a um professor em sala de aula.” Por conta dos elogios ao corpo das garotas, D.C.P. notou mudança no comportamento da filha nos últimos meses. “Ela passou a ir mais na escola de short, e começou a usar maquiagem, batom, brilho nos lábios, maquiagem”, disse.

‘Tem que ter prudência’

O especialista em educação e professor da Unesp de Rio Preto, Gentil de Faria, é contra a exposição de alunos tão novos a cenas fortes e, possivelmente, chocantes. “Não pode ser modernismo, que tudo deve ser mostrado, tem que ter prudência”, afirma. Segundo ele, o problema não é a idade dos alunos, mas a maturidade de cada um e também de respeitar a educação que receberam em casa. “Tem que ver as etapas em que os alunos estão, as diferenças individuais, conversar primeiro com os pais das crianças e fazer trabalho prévio para não chocar, porque eles são jovens ainda em formação”, diz Faria. Para ele, o assunto também deveria ser debatido com a coordenação da escola.

Já a a especialista em educação e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Izabel Azevedo Noronha, diz que antes de se avaliar se o filme estava ou não adequado à faixa etária é preciso analisar o plano de estudo do professor. “Se ele tinha um objetivo, não há problema, mas sem um foco bem definido para a análise do filme não existe razão para expor os alunos a cenas fortes.”

Secretaria de Educação instaura sindicância

A Secretaria de Estado da Educação instaurou sindicância para investigar a conduta do professor de história da escola Noêmia Bueno do Valle, na Vila Ipiranga, em Rio Preto. Ontem, de acordo com a assessoria de imprensa da pasta, houve reunião da direção do colégio com os pais dos estudantes para “sanar eventuais dúvidas e explicar o procedimento averiguatório”. Caso seja comprovada irregularidade pedagógica, conforme a secretaria, o docente será afastado. O filme foi exibido aos alunos do 6º ano (5ª série) da escola - a assessoria não informou o número total de alunos - como atividade extracurricular da disciplina de história.

“Embora a temática do filme não tenha conotação erótica, a diretoria de ensino esclarece que a exibição só é indicada para alunos do ensino fundamental ciclo 2 (6º ao 9º ano) quando há uma edição prévia”, o que não ocorreu, conforme a assessoria. Em relação à justificativa que teria sido dada pelo professor para exibir o filme, de que os alunos “já tinham que saber como transar”, a secretaria disse que o professor foi mal interpretado.

Ontem pela manhã, quando foi procurada pela primeira vez pelas mães, a direção da Noêmia disse desconhecer o episódio. “A Eliana (diretora) disse que estava assustada, porque para ela era novidade”, disse R.C.M.. À tarde, disse para as mães que hoje o docente não teria as aulas previstas para a 5ª série. Procurada ontem à tarde pela reportagem, Eliana não foi encontrada. Uma integrante da direção, que se identificou como Clemira, disse que não poderia se pronunciar sobre o assunto. Ela também não quis informar o nome completo do professor. Disse apenas que ontem ele não foi à escola.


Mães de alunos da 5ª série da escola estadual Noêmia Bueno do Valle, em Rio Preto, se revoltaram com a iniciativa de um professor de história. Ele é acusado de exibir a cerca de 80 estudantes, a maioria com 11 anos de idade, um filme que contém cenas com poses sexuais, violência e práticas de canibalismo. O caso chegou ontem à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), que instaurou inquérito para apurar crime previsto no artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): submeter a criança ou adolescente a situação vexatória. Pelo menos três mães registraram boletim de ocorrência ontem na delegacia.

O filme, “Guerra do Fogo”, narra o domínio do fogo pelo homem pré-histórico (leia mais nesta página). A indicação é para maiores de 14 anos. Mas pelo menos duas classes da 5ª série da Noêmia, que totalizam cerca de 80 alunos, assistiram ao filme há cerca de duas semanas. “Ele disse na classe da minha filha que as meninas já tinham que saber como transar”, afirmou a dona de casa R.C.M., 36 anos, mãe de G.B., 11. O professor teria obrigado todos os alunos a assistir ao filme, e impedido que parte deles deixassem a sala no meio da exibição. No fim, ainda conforme o relato, teria ordenado os alunos a não relatar o filme aos pais.

Segundo a dona de casa, nas duas últimas semanas houve mudança de comportamento da jovem. “Ela ficou calada e agressiva”, disse. Até que ontem (anteontem) à tarde, quando estava com uma amiga de escola fazendo lição da escola, contou à mãe a experiência de assistir ao filme. “Ela disse que não contou nada antes porque estava com medo de apanhar.” Revoltada, R.C.M. narrou o caso a outras mães. Uma é D.C.P., 30 anos, mãe de D., 11 anos. “Isso é muito grave. Não quero mais que minha filha chegue perto desse homem”, afirmou a mulher.

A delegada-assistente da DDM, Margarete Franco, disse ontem que vai instaurar inquérito nos próximos dias para apurar a denúncia. “É um caso complexo, com muitas mães para serem ouvidas, além do professor e da direção da escola. É preciso saber o conteúdo do filme, e se a exibição era do conhecimento da diretoria”, disse. A pena prevista para o crime, de acordo com o ECA, varia de seis meses a dois anos de prisão.

Desfile

A exibição do filme não foi o único comportamento polêmico do professor, conforme o relato das mães. O docente teria o costume de pedir para as meninas desfilarem pela sala de aula ou virarem para que ele visse o corpo das alunas. Também teria o hábito de acompanhar as alunas até o banheiro, embora não tenha entrado no local. “Ele sempre abraça e beija as meninas. Chegou a dizer para os outros que ela é namorada dele”, diz D.R., 38, mãe de A.J., 11 anos. “Não é um comportamento adequado a um professor em sala de aula.” Por conta dos elogios ao corpo das garotas, D.C.P. notou mudança no comportamento da filha nos últimos meses. “Ela passou a ir mais na escola de short, e começou a usar maquiagem, batom, brilho nos lábios, maquiagem”, disse.

‘Tem que ter prudência’

O especialista em educação e professor da Unesp de Rio Preto, Gentil de Faria, é contra a exposição de alunos tão novos a cenas fortes e, possivelmente, chocantes. “Não pode ser modernismo, que tudo deve ser mostrado, tem que ter prudência”, afirma. Segundo ele, o problema não é a idade dos alunos, mas a maturidade de cada um e também de respeitar a educação que receberam em casa. “Tem que ver as etapas em que os alunos estão, as diferenças individuais, conversar primeiro com os pais das crianças e fazer trabalho prévio para não chocar, porque eles são jovens ainda em formação”, diz Faria. Para ele, o assunto também deveria ser debatido com a coordenação da escola.

Já a a especialista em educação e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Izabel Azevedo Noronha, diz que antes de se avaliar se o filme estava ou não adequado à faixa etária é preciso analisar o plano de estudo do professor. “Se ele tinha um objetivo, não há problema, mas sem um foco bem definido para a análise do filme não existe razão para expor os alunos a cenas fortes.”

Secretaria de Educação instaura sindicância

A Secretaria de Estado da Educação instaurou sindicância para investigar a conduta do professor de história da escola Noêmia Bueno do Valle, na Vila Ipiranga, em Rio Preto. Ontem, de acordo com a assessoria de imprensa da pasta, houve reunião da direção do colégio com os pais dos estudantes para “sanar eventuais dúvidas e explicar o procedimento averiguatório”. Caso seja comprovada irregularidade pedagógica, conforme a secretaria, o docente será afastado. O filme foi exibido aos alunos do 6º ano (5ª série) da escola - a assessoria não informou o número total de alunos - como atividade extracurricular da disciplina de história.

“Embora a temática do filme não tenha conotação erótica, a diretoria de ensino esclarece que a exibição só é indicada para alunos do ensino fundamental ciclo 2 (6º ao 9º ano) quando há uma edição prévia”, o que não ocorreu, conforme a assessoria. Em relação à justificativa que teria sido dada pelo professor para exibir o filme, de que os alunos “já tinham que saber como transar”, a secretaria disse que o professor foi mal interpretado.

Ontem pela manhã, quando foi procurada pela primeira vez pelas mães, a direção da Noêmia disse desconhecer o episódio. “A Eliana (diretora) disse que estava assustada, porque para ela era novidade”, disse R.C.M.. À tarde, disse para as mães que hoje o docente não teria as aulas previstas para a 5ª série. Procurada ontem à tarde pela reportagem, Eliana não foi encontrada. Uma integrante da direção, que se identificou como Clemira, disse que não poderia se pronunciar sobre o assunto. Ela também não quis informar o nome completo do professor. Disse apenas que ontem ele não foi à escola.


Mães de alunos da 5ª série da escola estadual Noêmia Bueno do Valle, em Rio Preto, se revoltaram com a iniciativa de um professor de história. Ele é acusado de exibir a cerca de 80 estudantes, a maioria com 11 anos de idade, um filme que contém cenas com poses sexuais, violência e práticas de canibalismo. O caso chegou ontem à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), que instaurou inquérito para apurar crime previsto no artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): submeter a criança ou adolescente a situação vexatória. Pelo menos três mães registraram boletim de ocorrência ontem na delegacia.

O filme, “Guerra do Fogo”, narra o domínio do fogo pelo homem pré-histórico (leia mais nesta página). A indicação é para maiores de 14 anos. Mas pelo menos duas classes da 5ª série da Noêmia, que totalizam cerca de 80 alunos, assistiram ao filme há cerca de duas semanas. “Ele disse na classe da minha filha que as meninas já tinham que saber como transar”, afirmou a dona de casa R.C.M., 36 anos, mãe de G.B., 11. O professor teria obrigado todos os alunos a assistir ao filme, e impedido que parte deles deixassem a sala no meio da exibição. No fim, ainda conforme o relato, teria ordenado os alunos a não relatar o filme aos pais.

Segundo a dona de casa, nas duas últimas semanas houve mudança de comportamento da jovem. “Ela ficou calada e agressiva”, disse. Até que ontem (anteontem) à tarde, quando estava com uma amiga de escola fazendo lição da escola, contou à mãe a experiência de assistir ao filme. “Ela disse que não contou nada antes porque estava com medo de apanhar.” Revoltada, R.C.M. narrou o caso a outras mães. Uma é D.C.P., 30 anos, mãe de D., 11 anos. “Isso é muito grave. Não quero mais que minha filha chegue perto desse homem”, afirmou a mulher.

A delegada-assistente da DDM, Margarete Franco, disse ontem que vai instaurar inquérito nos próximos dias para apurar a denúncia. “É um caso complexo, com muitas mães para serem ouvidas, além do professor e da direção da escola. É preciso saber o conteúdo do filme, e se a exibição era do conhecimento da diretoria”, disse. A pena prevista para o crime, de acordo com o ECA, varia de seis meses a dois anos de prisão.

Desfile

A exibição do filme não foi o único comportamento polêmico do professor, conforme o relato das mães. O docente teria o costume de pedir para as meninas desfilarem pela sala de aula ou virarem para que ele visse o corpo das alunas. Também teria o hábito de acompanhar as alunas até o banheiro, embora não tenha entrado no local. “Ele sempre abraça e beija as meninas. Chegou a dizer para os outros que ela é namorada dele”, diz D.R., 38, mãe de A.J., 11 anos. “Não é um comportamento adequado a um professor em sala de aula.” Por conta dos elogios ao corpo das garotas, D.C.P. notou mudança no comportamento da filha nos últimos meses. “Ela passou a ir mais na escola de short, e começou a usar maquiagem, batom, brilho nos lábios, maquiagem”, disse.

‘Tem que ter prudência’

O especialista em educação e professor da Unesp de Rio Preto, Gentil de Faria, é contra a exposição de alunos tão novos a cenas fortes e, possivelmente, chocantes. “Não pode ser modernismo, que tudo deve ser mostrado, tem que ter prudência”, afirma. Segundo ele, o problema não é a idade dos alunos, mas a maturidade de cada um e também de respeitar a educação que receberam em casa. “Tem que ver as etapas em que os alunos estão, as diferenças individuais, conversar primeiro com os pais das crianças e fazer trabalho prévio para não chocar, porque eles são jovens ainda em formação”, diz Faria. Para ele, o assunto também deveria ser debatido com a coordenação da escola.

Já a a especialista em educação e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Izabel Azevedo Noronha, diz que antes de se avaliar se o filme estava ou não adequado à faixa etária é preciso analisar o plano de estudo do professor. “Se ele tinha um objetivo, não há problema, mas sem um foco bem definido para a análise do filme não existe razão para expor os alunos a cenas fortes.”

Secretaria de Educação instaura sindicância

A Secretaria de Estado da Educação instaurou sindicância para investigar a conduta do professor de história da escola Noêmia Bueno do Valle, na Vila Ipiranga, em Rio Preto. Ontem, de acordo com a assessoria de imprensa da pasta, houve reunião da direção do colégio com os pais dos estudantes para “sanar eventuais dúvidas e explicar o procedimento averiguatório”. Caso seja comprovada irregularidade pedagógica, conforme a secretaria, o docente será afastado. O filme foi exibido aos alunos do 6º ano (5ª série) da escola - a assessoria não informou o número total de alunos - como atividade extracurricular da disciplina de história.

“Embora a temática do filme não tenha conotação erótica, a diretoria de ensino esclarece que a exibição só é indicada para alunos do ensino fundamental ciclo 2 (6º ao 9º ano) quando há uma edição prévia”, o que não ocorreu, conforme a assessoria. Em relação à justificativa que teria sido dada pelo professor para exibir o filme, de que os alunos “já tinham que saber como transar”, a secretaria disse que o professor foi mal interpretado.

Ontem pela manhã, quando foi procurada pela primeira vez pelas mães, a direção da Noêmia disse desconhecer o episódio. “A Eliana (diretora) disse que estava assustada, porque para ela era novidade”, disse R.C.M.. À tarde, disse para as mães que hoje o docente não teria as aulas previstas para a 5ª série. Procurada ontem à tarde pela reportagem, Eliana não foi encontrada. Uma integrante da direção, que se identificou como Clemira, disse que não poderia se pronunciar sobre o assunto. Ela também não quis informar o nome completo do professor. Disse apenas que ontem ele não foi à escola.


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